sábado, 30 de janeiro de 2016

Bridge of Spies (2015), Steven Spielberg


No auge da Guerra Fria, a um advogado moralmente correto, James Donovan (Tom Hanks) é entregue a defesa de um espião russo, recentemente capturado, Rudolf Abel (Mark Rylance). Apesar de toda a gente estar a pressioná-lo para apenas estar presente e deixar a condenação acontecer, Donovan quer que Abel tenha um julgamento justo. E nem as pressões vindas dos seus chefes, da sua esposa ou as ameaças que recebe o vão demover. Mesmo depois do previsível veredicto acontecer ele é usado para negociar uma troca deste preso com outro que os soviéticos têm. 

Spielberg, que mesmo longe da genialidade que lhe conhecemos não consegue fazer um filme mau (pelo menos é assim que eu penso) e aqui pega numa história real, reinventada para cinema pelos irmãos Coen e Mark Charman, embora o argumento tenha pouco a ver com o de um típico filme dos Coen, tirando alguns diálogos entre Donovan e Abel

James Donovan: Aren't you worried? 
Rudolf Abel: Would it help? 

E Spielberg dá-lhe o seu toque pessoal, construindo um filme (a montagem é de Michael Kahn e a fotografia do habitual Janusz Kaminski) onde o suspense que se vivia naquela época passa para o lado de cá da tela. É mesmo o melhor filme de Steven Spielberg desde Munique (2005) e o primeiro filme desde 1985 sem o contributo de John Williams na banda sonora, indo os créditos desta vez para Thomas Newman, outro compositor muito bem visto no mundo do cinema. 

Tom Hanks, em mais uma colaboração com Spielberg, está perfeito como James Donovan, um “herói” à Spielberg, mas a grande surpresa vai para o desconhecido Mark Rylance, actor vindo do teatro britânico, com uma atuação irrepreensível como o espião russo. 
Ponte dos Espiões está nomeado para 6 Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Actor Secundário (Mark Rylance), Melhor Argumento e Melhor Banda Sonora.

NOTA: 8/10

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