A
menina bonita desapareceu. Nick Dunne descobre isso quando é chamado por um
vizinho numa tarde de 5 de Julho. Em casa há sinais de luta e algumas manchas
de sangue, um ferro da lareira ainda quente e uma atitude algo despreocupada de
Nick. Assim começa a busca de Amy Dunne, uma jovem mimada, ex-Barbie, vinda de
uma família abastada por quem Nick se viu perdido numa relação baseada em
estimulação intelectual, sexo intenso e vida abastada.
Vemos
através do diário de Amy e com recurso a flashbacks,
o início da relação que a princípio parecia correr pelo melhor até ao dia em
que tem de ir viver para a cidade de Nick devido à doença da mãe deste. E a
partir daqui as coisas começam-se a deteriorar. Tédio, dependência, desconfiança,
culpa.
Mas
isso pertence ao passado, ao qual Fincher nos transporta em vários outros
momentos, com o intuito de percebermos como se chegou aqui, ao presente onde
Nick fornece todos os detalhes à polícia, é apoiado pela irmã e embora Nick
seja suspeito do seu desaparecimento, Fincher nunca revela mais do que é
necessário.
O
filme é baseado na obra homónima de Gillian Flynn, também a cargo do argumento
e a sua narrativa ultrapassa o tradicional “whodunit”. O filme tem outras
coisas interessantes que são exploradas como a instituição casamento, o fascínio
dos americanos por crimes sexuais, principalmente se meterem casais, a obsessão
dos media em esmiuçar ao máximo, manipulando o público a seu bel-prazer.
Outro
dos méritos do filme são as personagens, onde cada uma conta e nenhuma tem um
papel que se possa dizer que é desnecessário. O trabalho dos actores que lhes
dão vida muito ajuda a que isso seja possível e até Bem Affleck que por muitas
vezes fez papéis que não lembram a ninguém, tem aqui um desempenho notável, bem
secundado por Rosamund Pike, Carrie Coon (excelente na série The Leftovers),
Kim Dickens e os outros.
Palavra
final para a excelente banda sonora de Trent Reznor e Atticus Ross, os
oscarizados colaboradores habitués
dos filmes de Fincher.
A
ver e a rever...
NOTA: 8,5/10
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