sábado, 20 de dezembro de 2014

Gone Girl, de David Fincher


A menina bonita desapareceu. Nick Dunne descobre isso quando é chamado por um vizinho numa tarde de 5 de Julho. Em casa há sinais de luta e algumas manchas de sangue, um ferro da lareira ainda quente e uma atitude algo despreocupada de Nick. Assim começa a busca de Amy Dunne, uma jovem mimada, ex-Barbie, vinda de uma família abastada por quem Nick se viu perdido numa relação baseada em estimulação intelectual, sexo intenso e vida abastada.

Vemos através do diário de Amy e com recurso a flashbacks, o início da relação que a princípio parecia correr pelo melhor até ao dia em que tem de ir viver para a cidade de Nick devido à doença da mãe deste. E a partir daqui as coisas começam-se a deteriorar. Tédio, dependência, desconfiança, culpa.
Mas isso pertence ao passado, ao qual Fincher nos transporta em vários outros momentos, com o intuito de percebermos como se chegou aqui, ao presente onde Nick fornece todos os detalhes à polícia, é apoiado pela irmã e embora Nick seja suspeito do seu desaparecimento, Fincher nunca revela mais do que é necessário.

O filme é baseado na obra homónima de Gillian Flynn, também a cargo do argumento e a sua narrativa ultrapassa o tradicional “whodunit”. O filme tem outras coisas interessantes que são exploradas como a instituição casamento, o fascínio dos americanos por crimes sexuais, principalmente se meterem casais, a obsessão dos media em esmiuçar ao máximo, manipulando o público a seu bel-prazer.
Outro dos méritos do filme são as personagens, onde cada uma conta e nenhuma tem um papel que se possa dizer que é desnecessário. O trabalho dos actores que lhes dão vida muito ajuda a que isso seja possível e até Bem Affleck que por muitas vezes fez papéis que não lembram a ninguém, tem aqui um desempenho notável, bem secundado por Rosamund Pike, Carrie Coon (excelente na série The Leftovers), Kim Dickens e os outros.
Palavra final para a excelente banda sonora de Trent Reznor e Atticus Ross, os oscarizados colaboradores habitués dos filmes de Fincher.
A ver e a rever...

NOTA: 8,5/10

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