sexta-feira, 16 de março de 2012

Hugo, de Martin Scorsese

Martin Scorsese foi o realizador ideal para adaptar o livro de Brian Selznick ao cinema. De facto a personagem de Hugo poderia ser o próprio Scorsese. Paris, 1930. Hugo Cabret, um jovem de 12 anos, órfão, que vai viver com o seu tio após a morte do seu pai. Mas, pouco tempo depois, o parente desaparece sem deixar rasto. O rapaz vê-se então obrigado a viver em segredo no interior das paredes da gare e a cuidar dos vários relógios, tarefa que o tio lhe ensinara. Enquanto sobrevive à custa de esmolas e pequenos roubos, tenta arranjar um autómato que o seu pai lhe deixara, seguro de que depois de terminado o arranjo, o autómato lhe trará uma mensagem. É então que conhece Isabelle, uma menina que, tal como ele, vive em quase reclusão e abandono em casa do seu padrinho, um misantropo e sorumbático dono de uma loja de brinquedos. Estranhamente, Isabelle tem a chave em forma de coração que encaixa na pequena fechadura do autómato. Confuso, ele vai tentar perceber porque esta e outras peças se encaixam na perfeição.


O padrinho de Isabelle não é mais que o pioneiro do cinema Georges Méliès e o filme todo é uma enorme ode à 7ª arte. E como seria de esperar, Scorcese realiza de forma sublime, este mundo dickensiano na Paris dos anos 30. Os detractores do filme dizem que Scorsese finalmente se vendeu. Não concordo nada. Aliás, não via outro realizador a adaptar esta obra a não ser ele.
Uma excelente viagem aos primórdios do cinema.
Com excelentes intepretações de Ben Kingsley, Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Sacha Baron Cohen, Jude Law, Michael Stuhlbarg, Emily Mortimer e Ray Winstone.

 NOTA: 9/10


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