segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Zero Dark Thirty, de Kathryn Bigelow


Após o 11 de Setembro, Maya (Jessica Chastain), uma analista da CIA, é recrutada para localizar os culpados dos atentados daquele fatídico dia, principalmente o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
Juntamente com os agentes Dan (Jason Clarke) e Jessica (Jennifer Ehle), Maya tem de trabalhar com informação limitada, fornecida por terroristas capturados, informações essas obtidas através de tortura e coerção. Com a pouca informação que lhes é fornecida, eles têm de discernir qual a que é válida e ligar os pontos. É assim que chegam a um homem chamado Abu Ahmad, que Maya acredita que seja o mensageiro de Bin Laden. Se encontrarem Ahmad, eles encontrarão Bin Laden.



O argumento já estava a ser escrito por Mark Boal (o mesmo de Hurt Locker, anterior filme da realizadora) antes da morte de Bin Laden, e centrava-se mais na incapacidade de os Estados Unidos em capturar o homem mais procurado do mundo, 10 anos após o 11 de Setembro. Teve por isso de ser reescrito e centrar-se na obsessão e persistência daqueles agentes na sua captura.
Kathryn Bigelow mostra mais uma vez a sua competência para filmes do género e o elenco (conta ainda com Kyle Chandler, Mark Strong ou James Gandolfini, por ex.) é do melhor que se pode ter, com o destaque para uma das actrizes do momento, Jessica Chastain.

NOTA: 8/10

4 comentários:

zorg disse...

Este filme deu azo a muita polémica. Aparentemente (eu não vi ainda) apresenta a informação obtida através de tortura como tendo sido determinante na captura do engenheiro Bin Laden quando parece que isso é factualmente errado. Ainda por cima, como o filme tem sido promovido como sendo o ficcionamento de uma história verídica, a coisa é ainda mais dificil de digerir.

Mas irei ver. Gostei bastante do Hurt Locker. :)

João Bizarro disse...

Ouvi/li uns zum-zuns sobre uma qualquer polémica mas não liguei muito.
Se a verdade diz que não foi devido a tortura que eles capturaram o gajo também é verdade que eles recorreram (recorrem?) a esse método para obter informações.

zorg disse...

O problema é que um dos grandes argumentos contra a utilização de tortura, para além das questões éticas evidentes, é precisamente a falta de qualidade da informação que se obtém dessa forma.

O facto do Bin Laden ter sido capturado durante o mandato de Obama que, entre outras coisas, acabou com a tortura é um facto muito significativo e um argumento poderoso contra a tortura. E isso é que torna mais dificil de aceitar a mentira vendida pelo filme.

Isto independemente dos méritos todos que o filme possa ter do ponto de vista artístico.

João Bizarro disse...

De qualquer maneira, a cena das torturas, que se vê no filme acontece 2 anos após o 11 de Setembro. Ainda no "reinado" do Bush.

Outra coisa interessante é o facto de (pelo menos no filme) eles se basearem em suspeitas para fazer a invasão (como tinha acontecido com o Iraque). Nunca têm 100% de certeza que é o Bin Laden que lá está.