Muitos diziam que era impossível adaptar para o cinema o grandioso comic-book de Alan Moore, que foi lançado nos Estados Unidos entre 1986 e 1987. Um dos que estavam contra esta adaptação era o próprio Moore, que recusa que o seu nome apareça nos créditos de filmes que adaptem obras suas. From Hell, Constantine e V for Vendetta não foram assim tão maus quanto isso, agora aquela coisa inenarrável a que chamaram de Liga de Cavalheiros Extraordinários não tinha nada a ver com o comic de Moore e foi uma ofensa a todos os amantes dos livros e ao próprio autor.
A Zack Snyder, que já havia adaptado de forma brilhante 300, de Frank Miller calhou a espinhosa missão de adaptar e realizar a mais celebrada obra de Alan Moore, Watchmen.
E o melhor elogio que se pode fazer é dizer que é das mais fiéis adaptações que já se fizeram.
Tudo começa com um dos créditos iniciais mais fantásticos dos últimos tempos. Ao som de Times They Are A-Changin de Bob Dylan vamos acompanhando a ascensão e queda dos primeiros super-heróis.
De seguida partimos para a cena inicial com a morte do Comediante (um excelente Jeffrey Dean Morgan, mais conhecido das séries televisivas Anatomia de Grey e Sobrenatural). A entrada em cena do Rorschach (Jackie Earle Haley encarna a personagem na prefeição), com a cena com que começa a novela gráfica "Rorschach's journal. October 12th, 1985..." faz-nos entrar para esta América onde Nixon vai para o seu 4º mandato e a tensão da Guerra Fria está no auge, com EUA e URSS à beira da guerra nuclear. Um mundo onde os "heróis" têm problemas morais, éticos e existenciais. Convencido que há uma conspiração para acabar com os Watchmen, Rorschach vai investigar a morte do Comediante. Rorschach é o único que se mantém no activo, por conta própria. Devido à Lei Keene que tornou os "super-heróis" ilegais, excepto se trabalhassem para o Governo, casos do Dr. Manhattan e do Comediante, enquanto os restantes (Nite Owl II; Silk Spectre II, Ozymandias) penduraram os fatos e dedicaram-se a uma vida normal. E é precisamente Rorschach e a morte do Comediante que os fazer tirar os fatos do armário (ou do expositor) e voltar à acção e tentar perceber o que se está a passar e quem está por de trás da maléfica conspiração contra eles.
Zack Snyder teve o condão de, com a ajuda de Alex Tse conseguir adaptar aquilo que à partida parecia inadaptável mantendo-se o mais fiel possível à novela gráfica. Os actores, parece que foram escolhidos a dedo tal é a perfeição com que encarnam as personagens. Depois há uma banda sonora divinal, cenas de acção do melhor que se tem visto ultimamente (a cena do "resgate" de Rorschach é exemplo disso), tudo misturado resulta numa obra arrebatadora que me faz babar só de pensar que aí vem um Director's Cut, de 220 min. a sair em DVD.
Depois disto vou-me lançar à novela gráfica (que conheço só até à 4ª parte) e ao motion comic o que me saciará esta sede de mais Watchmen.
NOTA: 9/10
3 comentários:
Devias ter lido a graphic novel antes de ver o filme. De qq maneira o motion comic ajuda imenso para quem não quer ler nada. Eu já vi. As maravilhas da net...
Com uma grande falha. Até porque conheço e já li outras novelas gráficas dele (Liga, V for Vendetta, From Hell) e adorei.
Onde "Com" queria dizer "Foi"!
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